Por vários anos, foi um desafio manter a atenção das crianças enquanto eu falava com elas durante as visitas de rotina de adolescentes. Em particular, eu pensei que valia a pena discutir aspectos da responsabilidade pessoal quando as crianças chegavam aos 11 ou 12 anos de idade.

Os pais esperam proteger seus filhos e prepará-los para a vida adulta. Isso é, naturalmente, um processo gradual. Às vezes, o próprio comportamento dos pais é a forma mais eficaz de ensinar as crianças, por exemplo, doando para caridade ou dando passagem para outro veículo no trânsito, agradecendo alguém pelo serviço ou tendo paciência quando uma transação com um funcionário de uma loja não está ocorrendo como esperado. Acredito que tomar a vacina da COVID-19 (exceto se você possuir uma isenção médica válida) seja outro exemplo importante.

Mas desde cedo, as crianças não são aprendizes muito eficazes. É por isso que depende de todos nós garantirmos que as elas – bebês, crianças e adolescentes – não se machuquem. Já que as crianças são carentes por atenção, elas geralmente fazem o impossível para chamar a atenção dos pais, mesmo se forem castigadas regularmente. Porém, há um certo ponto na vida em que as crianças são capazes de entender seus papéis e eu chamo isso de “A idade de se responsabilizar pelas consequências do seu comportamento.” Creio que as crianças devem ser apresentadas a este conceito o mais cedo possível. Ao entenderem o significado dos conceitos de responsabilidade e consequências, elas estão prontas para aceitar a responsabilidade pessoal e viver com as consequências.

Minha introdução sobre o assunto da responsabilidade inclui algumas ideias que são talvez um pouco surpreendentes. Geralmente, eu digo algo como: “Eu gostaria de lhe contar o segredo da vida. Se você puder se lembrar desses dois fatos, a vida será bem mais fácil.  Há duas coisas que você nunca deve dizer. A primeira é, 'Não é minha culpa.' A segunda é 'Isso não é justo.' Você nunca deve dizer essas duas coisas, não porque não são verdade. Você nunca deve dizer essas duas coisas, porque não importa se elas são verdade.  Eu sei que pode parecer confuso, mas espero que depois de ter explicado meus motivos, você entenda meu ponto de vista.”

Vamos dar uma olhada em como tudo isso funciona do ponto de vista de consequências de longo-prazo. Imagine dizer a seu filho que ele pode ir na casa de um amigo no sábado se completar todas as tarefas de casa. Mas seu filho acaba ignorando as tarefas, planejando fazê-las na sexta-feira, e depois percebe que precisa fazer o dever de casa. Não é culpa dos professores que seu filho não completou as tarefas de casa. Novamente, o mal planejamento é a verdadeira causa da impossibilidade de fazer as tarefas de casa. “Lembre-se,” eu posso dizer, “É sempre sua responsabilidade ter um plano. Ou seja, você nunca deve dizer 'Não é minha culpa.' E você nunca deve dizer 'Não é justo.’ Na verdade, às vezes, não é justo mesmo, e às vezes, não é sua culpa. Mas ainda depende de você lidar com a situação. Agora, essa situação pode não ser o que você esperava, mas reclamar não vai melhorar as coisas. E, além disso, você pode pedir ajuda. Se você não sabe o que fazer, ouça à vozinha em sua cabeça lhe dizendo o que fazer. É bem possível que essa vozinha seja bem parecida com a da sua mãe. Se você ainda está na dúvida, peça ajuda a seus pais ou professores.”

“O que eu espero que você perceba com o tempo ao evitar a armadilha de culpar os outros pela sua miséria é que, para ser feliz, você tem que saber o que você quer e como você vai conseguir o que você quer. Eu sei que aos 11 anos de idade, você não tem todas as respostas. Mas posso dizer que ir bem na escola e ouvir os seus pais é um bom começo. Escolha algumas metas agora que você pode alcançar e tente descobrir o que você precisa fazer para alcançá-las. Você é responsável pelas consequências do seu comportamento. Se você quer se dar bem na vida, não espere que os correios tragam o seu sucesso. Você tem que ir atrás dele. Desejo a você todo o sucesso que você deseja. Tenho orgulho de você pelo que você tem feito até agora e estou ansioso para ver seu sucesso no futuro.”

Robert B. Golenbock, MD, está atualmente aposentado. Ele cuidou de crianças na área de Danbury por 43 anos, incluindo no Centro de Medicina Pediátrica. O CPM está localizado no endereço 107 Newtown Rd #1D, Danbury, CT 06810. Para mais informações, por favor ligue para (203) 790-0822 ou acesse https://centerforpediatricmedct.com.