Essa política, junto com outras intervenções, incluindo os benefícios do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP) e do Programa Mulheres, Bebês e Crianças, matou a fome de milhões de crianças e famílias durante a pandemia. Mas o suporte das merendas escolares terminou no mês de setembro, tirando as merendas escolares saudáveis do alcance das crianças que dependiam delas para quase metade de suas calorias diárias e uma fonte consistente de boa nutrição.

Com o aumento dos preços dos alimentos, das taxas de insegurança alimentar e nutricional, e as famílias tendo menos acesso a alimentos nutritivos em suas comunidades, representantes da Associação Americana do Coração dizem que a falha do Congresso em estender o acesso as merendas escolares saudáveis já trouxe consequências profundas.

Por mais de dois anos, as taxas de insegurança alimentar no país permaneceram relativamente estagnadas. A assistência na era da pandemia ajudou a garantir que taxas já elevadas de famílias que tinham dificuldades para alimentar seus filhos não piorassem. Porém, com o fim dessas políticas e o preço dos alimentos disparando, dados iniciais de 2022 sugerem que a insegurança alimentar está aumentando rapidamente. A insegurança alimentar afeta desproporcionalmente as famílias com filhos (14,8%), as famílias hispânicas (17%), as famílias negras (21%) e as famílias que vivem na linha ou abaixo da linha de pobreza federal (35%). Essa crise também surgiu numa época quando as famílias americanas estão enfrentando atrasos nos cuidados médicos, obstáculos para obter uma habitação acessível e um aperto financeiro geral causado pelo aumento dos preços nos bens de consumo.

“Oferecer merendas escolares saudáveis para alunos gratuitamente é um plano de sucesso que reduz a insegurança alimentar, melhora a dieta das crianças e seu desempenho acadêmico, gera renda crítica para as escolas e reduz o estigma,” diz Nancy Brown, diretora executiva da Associação Americana do Coração. “A ação do governo federal já está atrasada há muito tempo. É uma necessidade das famílias e escolas alimentarem as crianças com as refeições saudáveis que precisam para terem sucesso.”

As crianças que comem bem têm um desempenho melhor na escola. Porém, o acesso às refeições é apenas parte do problema. A Associação Americana do Coração destaca que, com os números de pré-pandemia de mais de 15 milhões de cafés-da-manhã e 30 milhões de almoços servidos nas escolas todos os dias, o que as crianças põem em seus pratos têm um impacto significativo sobre sua saúde e bem-estar.

“Os programas federais, incluindo o SNAP e o Serviço Alimentício de Verão, têm sido vitais para resolver a fome, mas muitas políticas focam em melhorar o acesso a quantidades suficientes de alimentos,” diz Brown. “Embora essa meta seja crítica, principalmente para mitigar os efeitos da pobreza, devemos modernizar essas políticas e programas para focar também na qualidade dos alimentos, para que as pessoas tenham acesso a alimentos nutritivos suficientes.”

Há oportunidades para que o governo federal mude de planos e garanta que cada criança no país tenha acesso a alimentos nutritivos e gratuitos nas escolas. A Casa Branca recentemente divulgou uma estratégia nacional para acabar com a insegurança alimentar e nutricional, além de mitigar os efeitos de doenças crônicas relacionadas à dieta nos Estados Unidos até 2030, padronizando a recomendação de merendas saudáveis nas escolas e uma nutrição forte para todos. Além disso, um comitê importante na Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei de renovação da nutrição infantil que protege e fortalece os padrões de nutrição para merendas escolares e ajuda milhões de crianças a ter acesso a merendas escolares saudáveis, entre outras atualizações nos programas de nutrição infantil. Os representantes da Associação Americana do Coração dizem que o Senado agora precisa fazer sua parte para dar às crianças a melhor chance de ter sucesso. Para saber mais, acesse https://act.yourethecure.org/tqmwpbx.