Escola Charter de Danbury Excluída da Proposta de Orçamento de CT
Uma escola charter planejada para Danbury e aprovada pelos oficiais do Departamento da educação do estado em 2018 pode permanecer sem financiamento por outro ano após ser descartada do orçamento estadual proposto pelos legisladores, publicado no início desta semana.
O plano de gastos, que ainda está em negociação, incluiu o financiamento de outras três escolas charter já aprovadas pelo Conselho de Educação, motivando a Deputada Estadual Rachel Chaleski, R-Danbury, a solicitar uma emenda “surpresa” para incluir a escola excluída.
Sua solicitação foi seguida por mais duas horas e meia de debate na reunião da noite de 27 de abril no Comitê de Apropriações antes da emenda ser derrubada.
“Não é uma questão de financiamento. É uma questão de escolha. Uma questão de igualdade,” Chaleski disse, acrescentando que o orçamento tinha espaço para incluir a escola charter, algo que a copresidente do comitê, Senadora Catherine Osten, D-Sprague, confirmou na reunião.
“Nosso número de matrículas de alunos cresce todo ano no mesmo número de alunos que essa escola charter acomodaria. … E para ser clara, muitos da delegação de Danbury apoiam essa escola charter, não só eu,” Chaleski continuou.
A delegação de Danbury estava dividida quanto à questão das escolas charter, com membros como a Senadora Democrata Julie Kushner expressando oposição no passado.
A emenda proposta por Chaleski primeiro causou um recesso de 90 minutos, seguido de uma hora de depoimentos de duas dezenas de Deputados Estaduaiss do estado que declararam seu apoio em massa pela escola, mas indecisos quanto a votar em favor da emenda ou votar com seu partido.
“Eu apoio a escola charter, sempre apoiei, sempre apoiarei,” Osten disse quando a reunião foi resumida. “Para mim, isso se trata mais de um processo do que de política, pois eu sempre apoiarei a escola charter de Danbury, e qualquer outra escola charter que houver, pois eu penso que dá aos pais uma escolha. Isso não quer dizer necessariamente que apoiarei essa emenda pelos seguintes motivos — não apoiamos emendas Republicanas quando surgem. Nós seguimos com o orçamento de base, e o orçamento de base é um processo de $50 milhões de dólares. É um projeto de $50 bilhões que eu tenho”.
A emenda foi derrubada numa votação de 33-20.
Alguns legisladores Democratas, incluindo o Deputado Antonio Felipe e a Deputada Robyn Porter, cruzaram as linhas partidárias votando a favor da emenda, ressaltando que a questão de escolha era maior que votar alinhados com seus respectivos partidos.
“Parece que alguém está tirando todo o ar da sala, ou tentando fazer com que o povo — que vêm de Danbury e implora para fazermos a coisa certa — se curve diante de nós. [Parece que] estamos tentando enfraquecê-lo para que não volte ano após ano após ano. Porém, o povo sempre volta,” Felipe, D-Bridgeport, disse. “[No passado] eu fiz o que era fácil de fazer. [Eu] acompanhei o que eu pensava ser o consenso ou a maioria. No entanto, não posso continuar fazendo isso. … Eu apoiarei essa emenda, porque estou cansado de me sentar quando deveria me levantar.”
Outros legisladores Democratas não pensavam o mesmo, pois chamaram a emenda de uma “surpresa,” acrescentando que desrespeitava semanas de negociações entre os legisladores.
“Há partes desse orçamento que todos sentados aqui não gostam, mas muitos de nós vamos votar para apoiar esse orçamento, e parte disso é a adição do financiamento de escolas charter. Eu não apoio necessariamente o novo financiamento nesse orçamento, porque ainda não resolvemos o problema em nossa frente [com nossas escolas públicas tradicionais],” disse o copresidente do Comitê de Educação Jeff Currey, D-East Hartford. “Até resolvermos o problema que temos, não posso me levantar de boa fé e apoiar … uma emenda surpresa … porque isso não foi negociado, discutido, antes da reunião que estamos todos sentados aqui para ter agora.”
Porém, Chaleski argumentou que propôs a mudança apenas depois de perceber que a escola, que ela diz ter sido inclusa inicialmente numa versão do orçamento “semana passada,” foi descartada “no último minuto.”
“Recebemos um orçamento … de manhã [em 27 de abril], foi a primeira vez que vi o orçamento real que os presidentes estavam sugerindo,” Chaleski disse ao CT Mirror. “Foi completamente chocante para mim [o financiamento da escola charter de Danbury ter sido descartado], e por isso sugeri a emenda surpresa. … Foi um dia cheio de surpresas. … [Porém,] trazer isso a essa magnitude de atenção foi necessário.”
Quando perguntou por que a escola charter foi descartada do orçamento, Chaleski alegou que um membro da delegação de Danbury falou com os presidentes do Comitê de Apropriações e disse que “toda a delegação estava contra” a escola.
“Foi por isso que foi descartada. Por isso, [fiz] meu comentário esclarecendo que há apoio na delegação de Danbury,” Chaleski disse. “A comunidade se reuniu várias e várias vezes para mostrar seu apoio, além dos líderes de nossa cidade, que também são nossos representantes eleitos. Nosso prefeito, a maioria daqueles no Conselho da Cidade, a maioria no conselho de educação [local]. A comunidade quer isso, e há absolutamente uma necessidade disso.”
Osten e a Deputada Toni Walker, D-New Haven, que servem como os presidentes do comitê, não responderam a solicitações para comentar se a escola charter estava inclusa em quaisquer versões do orçamento, e se esteve, porque foi descartada.
Kushner, que tem sido uma crítica veemente da escola charter por vários anos, disse na reunião de 27 de abril que ela “suplicou” que seus colegas legisladores votassem contra a emenda e a escola.
“Eu criei três filhos nessa comunidade, todos eles frequentavam as escolas públicas de Danbury. Eu tenho sentimentos fortes quanto à educação. Não é fácil estar na posição que estive nos últimos quatro anos, me opondo a uma escola, mas faço isso porque penso que essa não é a melhor decisão educacional para Danbury,” Kushner disse. “Espero que [meus colegas] confiem em mim e no trabalho que fiz para lutar pelo povo de Danbury, principalmente as crianças.”
Kushner disse ao CT Mirror que ela fez parte em três subcomitês nessa sessão, e que ela “não tem certeza” em qual orçamento, se é que há algum, Chaleski tinha visto um financiamento destinado a uma escola charter em Danbury.
Kushner também serviu como a copresidente do subcomitê geral de governo, onde ela disse que fez recomendações contra a escola aos presidentes do comitê durante o processo de planejamento de orçamento.
“Nós da maioria da delegação de Danbury — com a exceção de Rachel — sentimos fortemente que há formas melhores de lidar com nossas necessidades educacionais em Danbury, portanto, tomamos essa posição com nossa liderança,” Kushner disse. “Estou ansiosa para trabalhar com outras formas de melhorar a experiência de leitura de nossos alunos em Danbury. Tivemos um desacordo. Rachel sentiu fortemente que seria melhor incluir a escola charter, mas a delegação, na maioria, não apoia isso. Portanto, penso que a liderança [nas apropriações] nos ouviu e, como resultado, o orçamento não incluiu [a escola] e sua emenda foi derrubada.”
Alguns da delegação local de Danbury, incluindo o Deputado Democrata Farley Santos, concordou com as críticas de Kushner à escola.
“Eu bati em mais de 3.500 portas, e minha equipe bateu em quase 5.500 portas juntos,” contou Santos, que está em seu primeiro mandato, ao CT Mirror sobre seu tempo de campanha antes de sua eleição. “Ninguém levantou o assunto da escola charter no sentido de dizer, ‘Olha, precisamos que nossos legisladores apoiem isso.’ A propósito, sempre que esse assunto era levantado, todos diziam, ‘Precisamos focar mais em nossas escolas públicas tradicionais.’”
Outros, como o colega de Chaleski, o Deputada Republicano de Danbury, Patrick Callahan, disse que a escola charter “já foi descartada demasiadas vezes.”
“Chegou a hora de apoiá-la,” Callahan disse.
Apesar da emenda ter sido derrubada, o Comitê de Planejamento da Escola Charter de Danbury disse que “não considera os eventos [de 27 de abril] como um fracasso.”
“Agora, [a escola] está numa posição onde está na frente de outros Democratas pela primeira vez,” disse John Taylor, diretor executivo das Escolas Charter Elevate, a organização que estaria gerindo a escola charter de Danbury caso seu financiamento tivesse sido aprovado. “Eu sei que era informal, mas no final das contas, [a emenda] levou à tona o que esteve acontecendo por trás de portas fechadas, e trouxe isso para um fórum público — para ter essa conversa — e descobrir como as pessoas realmente se sentiam a respeito disso. Ficou claro que várias pessoas dos dois partidos veem isso como extremamente injusto.”
Nenhuma escola charter foi aberta no estado desde 2015, quando os legisladores mudaram o processo de aprovação de um para dois passos.
Antes, as escolas charter precisavam apenas da aprovação do Conselho de Educação estadual para receberem permissão de começar a recrutar alunos, construir um campus e receber dinheiro do estado.
A mudança de oito anos atrás fez com que o conselho escolar estadual agora precisasse conceder uma aprovação “inicial”, mas o financiamento precisasse ser aprovado pelos legisladores.
Duas escolas charter, uma em Danbury e outra em Norwalk, aguardaram mais de cinco anos pelo financiamento. Outras duas, em Middletown e New Haven, receberam sua primeira aprovação do Conselho de Educação estadual em março.
Da forma como está escrito atualmente na proposta de orçamento legislativa, que foi aprovada pelo Comitê de Apropriações em 27 de abril numa votação de 40-12, as escolas charter de Norwalk, Middletown e New Haven receberiam $200.000 cada no próximo ano, e em 2025, a de Norwalk receberia $2,1 milhões, a de Middletown $4,75 milhões e a de New Haven $937.500.
Ainda há uma chance que a escola charter de Danbury seja inclusa no orçamento, já que os legisladores esperam mais algumas semanas de negociações antes que a versão final seja acordada.
“Espero apenas que [os legisladores que diziam apoiar a escola charter] cumpram com sua palavra,” Chaleski disse.
Mesmo se a escola não for aprovada nesse orçamento, os defensores dizem que estão prontos para continuar pressionando por isso.
“Vamos lutar até o fim,” Taylor disse. “E se não acontecer este ano, nos aguarde no próximo ano. Eventualmente, vai acontecer. Não desistiremos.”
O Projeto de Lei 1096 do Senado, que reverteria a mudança de 2015 na aprovação de escolas charter e estabeleceria uma conta de subsídios estaduais, foi aprovado pelo Comitê de Educação no início dessa sessão. O projeto de lei agora está sendo analisado pelo Comitê de Apropriações e estava previsto para entrar em votação na manhã de sexta-feira 28 de abril).