Eles se preparam para um possível aumento de medidas de deportação em massa, além de desafios jurídicos a direitos bem definidos, incluindo o direito à cidadania por nascimento. A próxima administração até sugeriu a possibilidade de usar o exército para deportação e declarar uma emergência nacional para facilitar essas medidas.

Em Connecticut, os grupos de defesa dos imigrantes e seus apoiadores organizaram protestos expressando sua determinação em se opor às graves políticas da próxima administração contra a comunidade de imigrantes não-documentados. 

Por vinte anos em Danbury, eu defendi firmemente os direitos de todos os imigrantes. Divulguei em minha plataforma os desafios enfrentados por membros da comunidade que foram forçados a viverem ocultos graças às medidas fortes de uma administração contra os residentes não-documentados. 

Testemunhei ameaças de violência contra organizações que permaneceram em solidariedade aos grupos de defesa dos imigrantes e que se opuseram às políticas draconianas contra os imigrantes não-documentados de Danbury. Além disso, enfrentei ameaças contra a minha vida e a vida de meus familiares enviadas por grupos de ódio insatisfeitos com meu trabalho de divulgar sua hostilidade. Através dessas experiências, eu vi com meus próprios olhos os efeitos devastadores da mentalidade anti-imigrante em minha comunidade. 

Em Danbury, encontrar políticos que se opõem à mentalidade anti-imigrante da cidade foi difícil. Dos vinte e um membros do Conselho Municipal, apenas dois votaram contra a parceria entre a polícia local e a Immigration and Customs Enforcement (Polícia de Imigração e Alfândega, ICE) sob o programa ACCESS/287(g). Nenhum membro do Conselho Municipal ou deputado estadual questionou as ações da Delegacia de Polícia de Danbury no agora infame caso "Danbury 11." Além disso, os políticos locais e estaduais permaneceram calados quando grupos como a Hispanic Center e a The Association of Religious Communities foram atacados por seu apoio aos membros da comunidade que viviam ocultos.

Duas décadas após o período anti-imigrante de nossa cidade, agora enfrentamos outra onda de hostilidade. Essa situação exige que os defensores e autoridades eleitas lutem contra políticas e atitudes que novamente ameaçam dividir nossa comunidade. É entristecedor saber que o Prefeito Roberto Alves e o Deputado Estadual Farley Santos, que cresceram juntos em Danbury como imigrantes não-documentados, não marcaram presença no protesto realizado na Prefeitura de Danbury. Tão problemático quanto é saber que nem Alves nem Santos declararam seu apoio à comunidade de não-documentados no protesto, nem sequer participaram ou comentaram sobre o protesto realizado no Capitólio Estadual dois dias depois.

Lutar contra atitudes anti-imigrante deveria ser uma escolha óbvia. Como pessoa de cor que enfrentou a opressão, meu apoio à comunidade imigrante é inabalável e sempre será. Aqueles que defendem os direitos dos imigrantes, especialmente aqueles que dedicaram seu tempo em campanhas batendo nas portas para legisladores Democratas, devem exigir o mesmo nível de comprometimento desses oficiais eleitos que compreendem as dificuldades de viver numa cidade que acolhe pessoas hostis à comunidade de imigrantes não-documentados.