A Comunidade Sem Teto de Danbury Merece Melhor
Há vinte anos, eu já vinha defendendo os direitos de TODOS os imigrantes em Danbury, e uma das minhas primeiras preocupações na cidade estava centrada na falta de atenção dos oficiais locais à crise de desabrigados na comunidade.
Vinte anos depois, apesar de várias mudanças na liderança de Danbury, minhas preocupações e frustrações com a falta de seriedade em abordar a crise de desabrigados na sétima maior cidade do estado permanecem inalteradas.
Em dezembro de 2005, o Prefeito Mark Boughton iniciou a "Força-tarefa do Prefeito para Acabar com o Desalojamento", que declarou o seguinte em seu sumário executivo:
"O número de adultos e famílias em situação de rua a longo prazo está aumentando e é esperado que duplique nos próximos 10 anos na medida em que os hospitais, programas de tratamento e penitenciárias se tornam incapazes de encontrar locais apropriados para as pessoas deixando suas instalações; em que vários jovens passam da idade limite dos orfanatos e das instalações estaduais; em que famílias enfrentando diversos desafios atingem e excedem os prazos para obter benefícios sociais; em que o custo de vida em Connecticut continua subindo”.
Numa determinada noite de janeiro de 2005, havia trezentos e vinte e um (321) desabrigados ou chefes de família em Danbury. Jovens, idosos, veteranos, pessoas com deficiências mentais, entre outros, estavam inclusos na contagem. As crianças desabrigadas (das quais havia 69 a mais) não refletiam nesse número. A contagem de 321 incluía 47 famílias; 8 jovens desacompanhados abaixo de 18 anos de idade; 17 jovens adultos entre as idades de 18-24 anos e 249 indivíduos.
Reconhecendo a gravidade do problema, trabalhando para melhorar continuamente a qualidade de vida em Danbury e reconhecendo as oportunidades atuais para parcerias com oficiais federais, estaduais, locais e regionais para acabar com o desalojamento, o Prefeito Mark D. Boughton nomeou uma Força-tarefa multidisciplinar e a encarregou de “desenvolver um plano abrangente para acabar com o desalojamento em dez anos".
Quase vinte anos após a publicação da contagem de desabrigados na cidade, a resposta à crise tem sido lamentavelmente inadequada e carece do nível de cuidado que se deveria esperar dos líderes cívicos e das autoridades locais eleitas.
Desde que a comissão de zoneamento da cidade deixou levar-se pela agitação resultante da proposta de abrigo para desabrigados no local do Hotel Super 8 em Lake Avenue, não houve nenhum plano de ação para abordar as necessidades da população mais vulnerável da cidade enquanto sofrem com o calor escaldante e uma administração recém-instalada, cuja única resposta às queixas sobre a falta de ar condicionado no novo abrigo da cidade é uma reação irreverente completamente desprovida do nível de compaixão que se esperaria de uma administração que fez campanha usando um tema de mudanças.
Suponhamos que as autoridades eleitas se coloquem no lugar das pessoas que vivem em situação de rua. Se esse fosse o caso, pensariam duas vezes antes de sugerir que a solução para fugir do calor é um simples passeio do novo abrigo em Elm Street até a biblioteca.
Nossa comunidade sem teto precisa desesperadamente de menos retórica política e julgamento. Ela precisa sim de um plano de ação REAL que não envolve a demonização de uma parte de nossa população que merece ser tratada de forma humana.