Perseguição Não É Romântico; É Crime
O ‘Stalking,’ ou a perseguição, é um tema bastante discutido na mídia convencional, mas não da forma que deveria ser. Ouvimos o termo ser usado de forma casual, humorística, equivocada. Muitas dessas referências comuns não são ‘stalking’ de verdade, e ignoram completamente as experiências extremamente reais e geralmente traumáticas das vítimas. Janeiro é o Mês de Conscientização à perseguição, portanto, queremos abordar esse problema sério.
Muitos filmes possuem uma linha tênue entre gestos românticos e comportamentos obsessivos. Se você reduzir alguns desses filmes a apenas o que está acontecendo retirando a música de fundo emocional, a comédia e atores atraentes, os comportamentos geralmente são bem perturbadores: não aceitar ‘não’ como resposta, seguir e perseguir seu parceiro num aeroporto, aparecer sem anúncio prévio – e às vezes invadindo sua casa – para surpreender seu parceiro com um gesto incrível, etc. Esses temas podem dar um bom filme, mas na vida real, podem causar extremo desconforto, medo e interrupções na vida de seu parceiro.
É por isso que é crucial levarmos a perseguição a sério, educar a comunidade sobre o que de fato é a perseguição e empoderar as vítimas para que busquem ajuda e apoio.
A perseguição é definida pelo Centro de Prevenção, Conscientização e Recursos contra a Perseguição (SPARC) como um padrão de comportamentos direcionado a uma pessoa específica que causaria uma pessoa a temer por sua própria segurança ou a de outros; ou a sofrer desconforto emocional grave. Diversos comportamentos podem ser considerados perseguição, incluindo seguir alguém ou aparecer em lugares sabendo que a vítima estará lá, contato indesejado com a vítima presencial ou virtual, rastrear o local da vítima, deixar presentes ou itens indesejados para a vítima, assediar amigos/parentes/outras pessoas para obter informações sobre a vítima, ameaçar, danificar a propriedade da vítima, entre outros.
Estima-se que 1 em 3 mulheres e 1 em 6 homens serão vítimas de perseguição em suas vidas.
A perseguição está incrivelmente ligada à violência com um parceiro íntimo, com 40% dos agressores sendo parceiros íntimos ou antigos parceiros íntimos1, e isso pode ocorrer antes, durante e/ou depois do término do relacionamento. A perseguição também está ligada à violência sexual: 48% dos sobreviventes de abuso sexual entre os 18 e 24 anos de idade foram vítimas de perseguição2. Muitas vítimas podem temer serem abusadas sexualmente por seus agressores.
A perseguição pode causar medo por sua segurança física, ansiedade, paranoia, falta de confiança em outros, dificuldade para se concentrar, entre outros. Também está ligada ao homicídio de parceiros íntimos.
A perseguição pode ser extremamente difícil de provar ou processar, e geralmente as vítimas, e até mesmo os oficiais de aplicação da lei, se sentem impotentes. Em certos casos, as vítimas podem ser perseguidas por anos. Devido a algumas dessas desinformações e representações equívocas e danosas da perseguição na mídia, isso permanece um abuso extremamente pouco denunciado.
É importante tentar documentar o máximo possível de provas da perseguição e manter um tipo de registro. No Centro de Empoderamento e Educação (CEE), levamos a perseguição muito a sério e priorizamos a segurança física e emocional dos clientes. Os representantes do CEE estão aqui 24 horas por dia para fornecer apoio e planejamento de segurança a todas as vítimas de perseguição.
Se você ou algum conhecido precisa de apoio, nossas linhas diretas gratuitas e confidenciais estão disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Linha Direta contra Violência Doméstica (203)731-5206
Linha Direta contra Abuso Sexual (203)731-5204
Citações
- Smith, S.G., Basile, K.C., & Kresnow, M. (2022). A Pesquisa Nacional sobre Parceiros Íntimos e Violência Sexual (NISVS): 2016/2017 Relatório sobre Perseguição. Atlanta, GA: Centro Nacional de Prevenção e Controle de Lesões, Centros de Controle e Prevenção de Doenças.
- Brady, P. Q., & Woodward Griffin, V. (2019). A Interseção da Perseguição e da Agressão Sexual Entre Adultos Emergentes: Resultados Preliminares Não Publicados. mTurk Findings, 2018.