Novas Pesquisas Sobre Miopia nas Crianças

Uma análise recente no Journal of the American Medical Association (volume 332, número 19, dia 19 de novembro de 2024, página 1599) de Kate Schweitzer me surpreendeu.

Por Dr. Robert B. Golenbock

Os pediatras estão em alerta constante por ambliopia (olho preguiçoso), conjuntivite, e várias outras consequências comuns de lesões oculares. Esperamos que os pais tragam seus filhos para exames de vista regulares, mas os pediatras geralmente não levantam a possibilidade de problemas crônicos de visão, mesmo que façamos exames de vista em consultas médicas. Porém, agora é mais importante que nunca que os pais saibam como proteger a visão dos filhos. Em primeiro lugar, vamos analisar sua definição. A miopia é uma condição médica em que objetos distantes parecem embaçados enquanto objetos próximos são claros. Esse problema é comum: 1 em cada 3 crianças no mundo todo sofre esse transtorno. Vale ressaltar que os piores casos podem levar a danos oculares graves, até mesmo à cegueira. E os números parecem estar subindo consistentemente.

Por que a miopia ocorre? Ao envelhecer, o corpo das crianças cresce. Tudo cresce, incluindo os olhos. Às vezes, o olho não cresce simetricamente. Ou seja, ele não mantém seu formato redondo. Em geral, vemos o surgimento da miopia entre os 8 e 13 anos de idade. Por ter formato oval, o olho não consegue focar a luz corretamente. Caso o início do desenvolvimento desigual aconteça mais cedo, o risco de complicações é maior. Problemas com a retina, formação de cataratas, e até glaucoma podem ser as consequências. O mais interessante é que a miopia é mais comum na Ásia e menos comum na América Latina e no Caribe.

É verdade que a miopia tende a ser genética, mas a genética sozinha não é responsável pelo que está acontecendo no mundo todo. O ambiente também é um grande fator. Passar tempo ao ar livre na infância está relacionado a menores taxas de miopia na vida adulta. Tensão ocular na infância (usar tablets ou ler livros excessivamente) nos bebês tem um impacto bem negativo. Eu jamais discordaria em deixar uma criança ler, mas as crianças também precisam brincar ao ar livre regularmente, talvez uma ou duas horas por dia. Até mesmo os bebês podem se beneficiar brincando ao ar livre.

Mas por que brincar ao ar livre ajuda?  Em primeiro lugar, a luz é bem maior. A luz é bem mais variada, e o olho foca de forma diferente. A luz das telas pode não ser um fator, mas a tensão ocular talvez seja. Em geral, estar ao ar livre possui vários efeitos benéficos. Mesmo que a atividade ao ar livre não previna ou retarde a progressão da miopia por completo, é uma atividade que vale muito a pena, assim como a leitura, ainda que ler de perto em excesso possa ser um problema.

Há algum tratamento efetivo previsto? Embora as pesquisas para colírios, óculos e lentes de contato ainda estejam acontecendo, ainda não há nenhuma inovação para prevenir, retardar ou tratar a miopia. Por enquanto, fazer exames de vista anuais e passar tempo ao ar livre é a melhor forma de evitar o risco.

Robert B. Golenbock, MD, está atualmente aposentado. Ele cuidou de crianças na área de Danbury por 43 anos, incluindo no Centro de Medicina Pediátrica. O CPM está localizado no endereço 107 Newtown Rd #1D, Danbury, CT 06810. Para mais informações, ligue para (203) 790-0822 ou acesse: https://centerforpediatricmedct.com.