Como Identificar o “Grooming” e Apoiar Seu Filho

Você já ouviu falar da palavra “grooming”? Há muita desinformação sobre isso – tratando-se desta conversa, não falamos do ato de cuidar de seus animais de estimação.

Por Cara During and Cristina Cabral

Já que abril é o Mês de Conscientização à Violência Sexual e ao Abuso Infantil, estamos aqui para falar sobre os dois. O “grooming”, ou o “assédio sexual infantil” em tradução livre, é uma série de comportamentos manipuladores utilizados por alguém geralmente conhecido pela vítima como tática para abusar sexualmente de uma criança ou adolescente. Os abusadores podem ser adultos, parentes ou até mesmo amigos.

Aproximadamente uma em cada 10 crianças sofre de abuso sexual. O abuso sexual não precisa envolver força ou até mesmo contato físico. Pode nem sempre parecer que estão sendo abusadas, pois o processo de “grooming” pode fazer isso parecer um comportamento normal.

Os diferentes pontos de vista culturais sobre limites podem confundir as limitações entre uma relação saudável entre um adulto e uma criança e uma relação prejudicial ou potencialmente negativa. No Centro de Empoderamento e Educação (CEE), queremos ajudar a educar a comunidade sobre como identificar o “grooming” ou outros comportamentos abusivos.

O processo de “grooming” consiste em acesso, confiança, dessensibilização, isolamento e abuso.

Acesso: Os abusadores geralmente se escondem em plena vista e buscam oportunidades de se aproximar das crianças, seja trabalhando em ambientes específicos ou tendo relações com certas comunidades. Tais ambientes podem ser escolas, atividades/esportes, organizações religiosas, creches ou acampamentos de verão. Os abusadores podem ser qualquer pessoa: vizinhos, amigos de família, parentes, colegas, e outras pessoas aparentemente confiáveis na comunidade. Muitas pessoas não são abusivas; porém, aquelas que são, tendem a abusar de várias vítimas.

Confiança: Os abusadores se esforçarão para ganhar a confiança da vítima e/ou de seus parentes e amigos, de diversas formas, como por exemplo, contando segredos à vítima ou tentando se conectar emocionalmente, fazendo favores, dando atenção exclusiva ou excessiva, presentes, ou compartilhando interesses semelhantes.

Dessensibilização: A dessensibilização da vítima a qualquer abuso ou manipulação reduz o risco do abusador ser pego, pois normaliza o abuso à vítima. O processo de “grooming” pode levar de meses a anos até que o abuso sexual ocorra. O abusador pode começar expondo a vítima a imagens sexuais com o passar do tempo, conversando sobre sexo ou outros temas “para adultos”, tocando em partes não-íntimas de seu corpo – tudo com a intenção de aumentar gradualmente seu nível de conforto com esses comportamentos para que, quando o abuso ocorra, pareça “normal.”

Isolamento: O abusador se esforçará para isolar e alienar a vítima das pessoas mais próximas, mas isso geralmente ocorre bem mais tarde no processo.

Abuso: Nem sempre há sinais físicos de abuso. Os sinais de alerta incluem seu filho chegar em casa com presentes ou objetos caros que ele não pode comprar, ter um conhecimento ou comportamento sexual inapropriado maior, e defender o comportamento inapropriado do abusador ou mantê-lo em segredo.

Eduque seus filhos sobre os limites, ouça e acredita se seu filho disser que alguém o machucou ou passou do limite e o fez se sentir desconfortável, e imediatamente fale com um profissional em sua escola, na delegacia de polícia ou no CEE.

Se você ou alguém que você conhece precisa de apoio, nossas linhas diretas anônimas e gratuitas estão disponíveis 24 horas por dia.

Linha Direta de Violência Doméstica (203)731-5206

Linha Direta de Violência Sexual (203)731-5204

Este artigo foi escrito por Cara During, Diretora de Impacto Comunitário, e Cristina Cabral, Gerente de Programas Comunitários do Centro de Empoderamento e Educação.