Comida é Remédio

Estou certo de que ninguém ficará chocado que os pediatras querem que você faça boas escolhas na alimentação.

Por Dr. Robert B. Golenbock

Uma sessão recente na Conferência Nacional da Academia Americana de Pediatria foi dedicada a “usar a comida para a saúde física, mental e ambiental”. O tema é abrangente, e não posso dizer tudo o que você precisa saber sobre como usar a alimentação para manter seu filho saudável. Porém, gostaria de sugerir alguns temas que você pode discutir com seu pediatra. Em certos casos, seu pediatra pode até querer que você consulte um nutricionista.

Vamos partir do princípio. Se você puder, amamente seu bebê. Se não puder, certifique-se de que a alternativa seja o mais próximo possível do produto real. E por quanto tempo amamentar? Eu prefiro que as mães continuem por pelo menos 9 meses. Neste país, amamentar por mais de dois anos é geralmente desnecessário, mas você não deve deixar que seus “amigos” lhe pressionem a parar antes que você esteja pronta para parar.

Quando começar a dar alimentos sólidos? Há motivos científicos suficientes para aguardar pelo menos 4 meses e começar antes dos 6 meses de idade. Falando desse tema, converse sobre como oferecer pedacinhos de amendoim bem cedo para evitar a alergia a amendoim. Nozes e pipocas inteiras – assim como outros pequenos alimentos com risco de engasgamento – devem ser evitadas antes dos cinco anos de idade. Na medida em que as crianças crescem, elas desenvolvem preferências por alimentos sólidos. As crianças geralmente só podem comer um alimento por semanas antes que comecem a comer outra coisa. Tenha calma. Meu conceito de uma dieta balanceada inclui todos os ingredientes adequados para um a dois meses. A maioria das crianças beberá leite. O leite desnatado é geralmente a melhor escolha, simplesmente por ter menos calorias, mas algumas crianças precisam das calorias adicionais do leite integral. Se há um motivo – médico ou preferencial – para evitar o leite de vaca, seu pediatra pode ajudar você a decidir. Igualmente, as dietas vegetarianas ou veganas são bem mais difíceis de administrar, pois as crianças podem não obter todos os nutrientes necessários sem suplementação. Lembre-se que nem todos os nutricionistas têm experiência para aconselhar sobre a dieta infantil.

A comida não é um suborno, e não é um castigo. Não transforme as refeições numa disputa pelo poder. Não prometa algo para fazer com que seu filho coma algo que ele não quer comer. E os dias de fazer com que os filhos se sentem na mesa até comer os brócolis ou – pior – mandá-los para cama sem jantar já acabaram há décadas. Sempre tenha algo como manteiga de amendoim, iogurte, queijo, frutas ou, no caso do meu filho, grão-de-bico como alternativa. Seja criativo e esconda alimentos nas sopas e caldos. Há livros de receitas inteiros sobre esses truques.

E quanto aos lanchinhos? Os lanchinhos são uma parte importante na dieta das crianças, mas como sempre, a escolha dos alimentos importa muito. Lanchinhos de iogurte, frutas e vegetais crus podem se tornar a preferência do seu filho se você o alimenta assim há muito tempo, ele pode até pedir por isso. Os pais devem saber do perigo dos alimentos processados. A maioria desses alimentos não passa de farinha e açúcar. Não só bolos e biscoitos, mas também doces, salgadinhos, pretzels e refrigerante. Por consequência, se você conseguir evitar comprar esses alimentos para comê-los você mesmo e mantê-los longe de sua casa, você também se sentirá melhor.

Também quero enfatizar algo chamado de dieta anti-inflamatória. A ideia por trás disso é que o que você come pode reduzir seu risco de desenvolver doenças crônicas. Alimentos “bons” incluem pequenos frutos, peixe gordo, nozes, verduras, aveia, e azeite de oliva, além de diversas frutas, legumes, e cereais integrais. O pior dos alimentos “ruins” é o açúcar. Logo depois do açúcar, vem as gorduras trans, os cereais processados, alimentos fritos, aditivos, e carne vermelha (principalmente as carnes curadas como bacon e a carne de suíno). Se você puder balancear sua dieta selecionando em grande parte os alimentos “bons” e reduzindo os “ruins”, sua família toda se beneficiará.

Por fim, não seja o fiscal dos alimentos. Todos gostamos de um agrado de vez um quando. Muitos de nós ficaremos bem sem eliminar completamente os alimentos “ruins” de nossa dieta. E geralmente, as crianças que voltam para casa depois de uma festinha de aniversário cheias de doces acabam não se sentindo muito bem. Você não precisa fazer um escândalo. Elas provavelmente perceberão por conta própria que as besteiras que comeram as fizeram se sentir mal, e você não precisa dar um sermão.

Robert B. Golenbock, MD, está atualmente aposentado. Ele cuidou de crianças na área de Danbury por 43 anos, incluindo no Centro de Medicina Pediátrica. O CPM está localizado no endereço 107 Newtown Rd #1D, Danbury, CT 06810. Para mais informações, por favor ligue para (203) 790-0822 ou acesse https://centerforpediatricmedct.com.