A Cannabis Como Remédio

Agora que a cannabis foi legalizada em Connecticut, seu uso recreacional aumentou substancialmente.

Por Dr. Robert B. Golenbock

As leis federais não mudaram, mas não há provas que agentes federais estejam caçando pessoas em suas casas. Entretanto, as discussões sobre a segurança da cannabis, particularmente em relação aos adolescentes, prevalecem. Creio que está claro que o uso crônico da cannabis ou de seus ingredientes ativos é prejudicial, particularmente se fumada ou usada com um cigarro eletrônico. Já o uso medicinal da cannabis é outra história. Pessoas com dor ou náusea crônica causada por quimioterapia certamente foram beneficiadas. Será que a cannabis é uma terapia adequada para pacientes abaixo dos 18 anos? Essa pergunta ainda não tem uma resposta completa. Confesso logo que não estou muito familiarizado com as decisões que levam ao uso da cannabis em crianças com câncer, convulsões, dores crônicas ou outras desordens. Porém, o relaxamento das leis de uso da cannabis levaram a melhores pesquisas nessas áreas, e a escola médica onde estudei, a Faculdade de Medicina Albert Einstein, recentemente apresentou uma análise de algumas dessas pesquisas. Gostaria de falar mais a respeito. 

Eric Hollander, MD, um professor de psiquiatria e ciências comportamentais, é diretor do programa de espectro obsessivo-compulsivo e autismo nas faculdades Einstein e Montefiore. Ele recebeu um subsídio federal para estudar uma fitocanabinoide (compostos químicos encontrados na cannabis) chamada de canabidivarina (CBDV). Esse químico particular pode alterar o humor, a percepção e o comportamento, sem que a pessoa fique drogada. Agora, o corpo tem suas canabinoides naturais chamadas de endocanabinoides. Esses químicos podem regular o estresse, o humor, o comportamento social e a dor. Acredita-se que as crianças no espectro autista possuam níveis raramente elevados de endocanabinoides. O estímulo dos neurônios no cérebro causado por esses químicos pode levar a ataques, agressões e comportamentos compulsivos ou repetitivos. Antigamente, remédios como aripiprazol eram usados para regular esse estímulo, mas possuíam efeitos colaterais. Aparentemente, a CBDV pode se vincular às mesmas partes do cérebro que as endocanabinoides. O resultado é o bloqueio do estímulo e assim uma normalização do comportamento. O Dr. Hollander e seus colegas estiveram estudando os adultos com autismo de alto funcionamento, já que os adultos são mais capazes de explicar como se sentem a respeito dos fitoquímicos de pesquisa. O estudo nas crianças deve estar concluído em agosto do próximo ano. Enquanto isso, esperamos que um novo método mais seguro de ajudar nossos filhos surja logo.

Obviamente, vale ressaltar que ninguém deve dar cannabis ou CBD ou THC a seus filhos, exceto sob supervisão estrita de um especialista na área de psiquiatria e neurologia com experiência nesses químicos. O efeito no cérebro de uma criança causado por algum dos 100 ou mais químicos encontrados na cannabis é muito complexo para esperar um resultado seguro e eficaz quando não há informações suficientes. Estudar os fitocanabinoides e suas doses pode levar um tempo. Felizmente, as leis finalmente estão permitindo que pesquisas cuidadosas sejam feitas para melhorar o tratamento de várias áreas da medicina, incluindo autismo. 

Robert B. Golenbock, MD, está atualmente aposentado. Ele cuidou de crianças na área de Danbury por 43 anos, incluindo no Centro de Medicina Pediátrica. O CPM está localizado no endereço 107 Newtown Rd #1D, Danbury, CT 06810. Para mais informações, por favor ligue para (203) 790-0822 ou acesse https://centerforpediatricmedct.com.